segunda-feira, 26 de julho de 2010

O funcionário do mês

Para não voltar muito no tempo, vou “me esquecer” do Fittipaldi para ficar com Nelson Piquet e Ayrton Senna.
Ambos esportistas com alma de campeão, num esporte que começou individual, depois passou a coletivo – por equipes.
Acordávamos mais felizes nas manhãs de domingo. As chances eram boas e os caras uns brigões, no bom sentido.
Agora é um negócio que envolve alguns bilhões de dólares por ano. Frio e apoiado por calculadoras financeiras e por tecnologia de agência espacial.

O que Massa fez ontem, podendo ser hoje condecorado com a medalha de melhor funcionário do mês, não é novidade. Nelsinho Piquet se esborrachou contra o muro de proteção apenas para que o companheiro (o próprio Alonso) pudesse ter alguma vantagem na corrida. A vantagem veio, Alonso ganhou a corrida e o Nelsinho, mediante olhos irados do pai, pôs sua vida e carreira em risco.
Também Rubens Barrichello foi forçado a ceder, e não em uma única vez, a passagem a Michael Schumacher, numa delas praticamente parando o carro para esperar, a poucos metros da chegada, a aproximação e ultrapassagem do companheiro. Mas há diferenças importantes com relação ao ocorrido de ontem e das outras situações: não era possível comparar o talento e experiência entre o bicampeão Alonso e o novato Nelsinho. Não sei se um dia será. Também não era possível, já no fim de um campeonato, esperar uma vitória isolada de um Rubinho ante a um Shumacher candidatíssimo ao título daquele ano.
O que vimos ontem salta aos olhos porque a diferença, se é que existe entre Alonso e Massa, é discreta. E o pior: faltam 8 provas para o final da temporada e pela nova pontuação, 200 pontos a serem disputados. A vexaminosa cena, criticada pelo mundo inteiro, valeu 7 pontos (25 x 18) num campeonato em que se disputam 475.
Foram 7 pontos tirados do submisso funcionário e de uma nação de palhaços.

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