segunda-feira, 26 de julho de 2010

Gente que amadureceu

Certos fatos a gente tem a obrigação de divulgar repetidamente sem esmorecer. Fatos que aconteceram quando a moçada que hoje está chegando aos 25, 30 anos ainda aprendia as regras do esconde-esconde.
José Sarney está lá na fazenda que ele comprou há 50 anos, chamada Maranhão. Dada a idade um pouco avançada, dedica-se a redigir os piores textos de que se tem notícia, deixando a fazenda aos cuidados dos filhos, o rapaz com milhões depositados em paraísos fiscais e a menina casada com aquele moço que guarda R$ 2 milhões no colchão, talvez por receio da fragilidade das instituições bancárias brasileiras.
Fernando Collor também cuida de sua terra. Bem menor, mas a fazendinha Alagoas certamente lhe rende bom trabalho.
Lula, este sim onipresente e onipotente, resolveu investir na estruturação de uma rede nacional de estabelecimentos sindicais. Tornou-se um caixeiro-viajante e não vai parar até conseguir vender sua boneca de ventríloquo.
Todos estes senhores são muito amigos, mas nem sempre foi assim:

(1989. Lula e Collor estão num estúdio de televisão, em bancadas próximas. Há um apresentador entre eles. O cenário informa que se trata de um debate eleitoral)
Lula: Meu adversário representa a elite exploradora. É moço na aparência, mas representa o Brasil antigo, o Brasil velho, o Brasil que precisa acabar.
Collor: O outro candidato defende abertamente a luta armada, a invasão de casas e apartamentos. (Vira-se para Lula). Você é um cambalacheiro. Fez cambalacho com o Sarney.
Lula: O Sarney é um incompetente, incapaz. Mas se quiser pode votar em mim. (Vira-se para Collor). Você também pode. Mas mesmo assim eu não teria nada de parecido com você.
Collor: Você não sabe a diferença entre uma duplicata e uma fatura. É um ignorante.

(1989. Lula está sozinho num estúdio de TV. O cenário mostra que se trata do programa eleitoral do PT)
Lula: Meu adversário é o candidato dos corruptos. Ele representa a elite que sempre explorou os pobres do Brasil.
(1989. Collor está sozinho num estúdio de TV. O cenário mostra que se trata do programa eleitoral do PRN)
Collor: Não sou eu quem diz que Lula quis forçar o aborto. Quem diz é Miriam Cordeiro, mãe da Lurian.
(1992. Lula está num estúdio de rádio ao lado de um jornalista. O jornalista pergunta se tem pena de Collor. O entrevistado responde com voz pausada)
Lula: Tenho pena do Collor. Não é que eu tenho pena. Como ser humano eu acho que uma pessoa que teve uma oportunidade que aquele cidadão teve de fazer alguma coisa de bem para o Brasil, um homem que tinha respaldo da grande maioria do povo brasileiro, ou seja. E ao invés de construir um governo, construir uma quadrilha como ele construiu, me dá pena, porque deve haver qualquer sintoma de debilidade no funcionamento do cérebro do Collor. Efetivamente eu fico com pena, porque eu acho que o povo brasileiro esperava que essa pessoa pudesse pelo menos conduzir o país, se não a uma solução definitiva, pelo menos a indícios de soluções para os velhos problemas que nós vivemos. Lamentavelmente a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar corrupção, fez com que o Collor jogasse o sonho de milhões e milhões de brasileiros por terra. Mas de qualquer forma eu acho que foi uma grande lição que o povo brasileiro aprendeu e eu espero que o povo brasileiro, em outras eleições, escolha pessoas que pelo menos eles conheçam o passado político”.
(2005. Collor está numa sala de sua casa em Maceió, ao lado de um jornalista)
Collor: O mensalão mostrou quem são os corruptos, os ladrões do país. Eles hoje estão no governo. O Lula é o chefe.

(2007. Lula está cercado de jornalistas numa sala grande no Palácio do Planalto)Lula: O senador Fernando Collor tem tudo para fazer um grande mandato.
(2009. Claramente irritado, Collor está na tribuna do Senado)
Collor: Nenhum ataque ao ao presidente Lula ficará sem resposta!

(2009. Lula e Collor estão juntos num palanque em Alagoas)
Lula: Tenho de agradecer o companheiro Fernando Collor pelo bom trabalho que está fazendo.
(2010. Num palanque em Maceió, Lula, Collor e Dilma Rousseff estão de mãos dadas, dançando e cantando, em coro com a plateia, o refrão do jingle da campanha do candidato a governador de Alagoas)
Todos:
É Lula apoiando Collor,/é Collor apoiando Dilma/pelos mais carentes./É Lula apoiando Dilma,/é Dilma apoiando Collor/para o bem da nossa gente.

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